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Friday, August 9, 2013

MINHA BRIGA COM O CÂNCER

Retornei a Finlândia, fiz duas viagens com Jouko e quando o inverno estava começando, decolei novamente para o Brasil, para passar o Natal e o Ano novo com as minhas irmãs e sobrinhas. Dessa vez, Jouko falou que não ia nem sob decreto!! Não tiro a razão dele.

Já no Brasil, passados poucos dias, estava tranquila em casa tomando o meu banho quando senti algo duro na minha mama direita. Fiquei sem entender o que seria aquilo. Não me preocupei muito, porque fazia um ano que tinha feito a mamografia. No dia seguinte, falei com Jouko e ele aconselhou-me a procurar um médico para descartar qualquer possibilidade de algo errado. Foi-me solicitada uma mamografia e uma ultrasonografia. A mamografia fiz na Clinica Delfim, em Salvador, pois confiava no diagnóstico deles. Apesar de estar fazendo particular tive que esperar bastante, não escondendo que estava nervosa com tudo aquilo.

- Senhora, dizia-me a pessoa que estava fazendo o exame, tenha paciência porque é um mal necessário, estou vendo algo suspeito na sua mama e tenho que fazer várias fotos porque a imagem não está dando-me os resultados finais. As minhas pernas tremiam, o medo tomou conta de mim. Meu Deus, queria que tudo aquilo acabasse logo. Passados alguns minutos, ela voltou e mandou que eu esperasse na recepção, que a médica iria falar comigo. Havia muitas mulheres sentadas e quando cheguei lá nem tinha lugar para sentar, as tonturas me incomodavam, a minha irmã Jacira que me acompanhava, pedia-me calma pois eu estava muito pálida. Tentava ficar normal, mas aqueles quarenta minutos, até a médica chegar e falar comigo, valeu por uma eternidade.

- Senhora, dizia-me a médica: Encontramos um tumor na sua mama e pela experiência que tinha, seria um tumor maligno, dava-me setenta por cento de certeza. Olhei para ela em choque!! sem chão nos meus pés e com uma sensação de desmaio, devido também as tonturas que me acompanhavam, não acreditei naquilo que estava a ouvir e percebi que as mulheres ali sentadas, olhavam-me até mesmo com pena porque, acredito, ouviram a conversa da médica, que não custava nada ter-me chamado na sala dela. Até achei uma falta de ética. Enfim, estava vivendo um pesadelo.





Imagens, acima, do Sítio do Conde hosted on flickr

Em choque, retornei para casa no Sitio do Conde. Parecia que tudo era irreal, eu sempre cuidei da minha saúde, juro que depois de toda a experiência que tenho passado nessa minha trajetória, aquela notícia deu-me um impacto psicológico tão grande que queria acordar e saber que aquilo era apenas um sonho ruim e não estava acontecendo comigo. A minha primeira providência foi comunicar ao meu marido. Esse, com o equilibrio interior que sempre teve, deu-me um pouco de alívio e aconselhou-me a retornar à Finlândia imediatamente. Como retornaria? como enfrentaria um vôo para São Paulo e depois outro de 12 horas para Paris, com aquelas tonturas que aumentaram consideravelmente?

Resolvi então, consultar e mostrar os resultados da mamografia ao médico que foi cunhado da minha irmã e que morava na mesma rua, era quase meu vizinho.

- Maria José, dizia-me: - não se preocupe, isso pode ser um nódulo que não precisa necessariamente ser neoplasia, aconselho-lhe a retornar a Salvador e fazer uma ultrasonogafia. Na verdade, esse médico me deixou mais tranqüila, conseguiu tirar um pouco da minha angústia. Como era um Sábado, esperei até Segunda-Feira e retornei a Salvador. Fiz a ultrasonografia e como um pesadelo, a médica deu-me os resultados, aconselhando-me a retornar a Finlândia imediatamente, no primeiro vôo disponível, quando lhe disse que morava na Finlândia e iria fazer o meu tratamento lá. Voltei para a casa no Sítio do Conde, lutando contra as tonturas, tentava manter-me calma pois precisava tomar esse vôo para a Finlândia. Quis então, conversar novamente com o médico que me deixou calma e claro, mostrar-lhe os resultados da ultrasonografia.

Lutei durante tres dias para conseguir falar com ele. O mesmo não atendia o telefone, nâo atendia a porta, a própria esposa esteve na minha casa e viu meu desespero, prometeu-me que logo mais ele viria a minha casa falar comigo. Ninguém apareceu, parecendo que foi uma coisa proposital. Lembrando que esse médico foi o mesmo que nada fez para salvar a vida de Regina, minha irmã.

Nos dois seguintes, estava tomando o meu vôo de Salvador para São Paulo e de lá para Paris, acompanhada de uma pessoa da empresa aérea e como tinha Classe Executiva, ia deitada. Deus foi tão misericordioso, que dormi durante o vôo e acordei quando estava descendo em Paris, no café da manhã.

Na chegada ao aeroporto de Helsinki, a tristeza e apreensão eram visíveis nos rostos dos meus familiares, que até evitavam de falar no problema, e no dia seguinte, já estava no hospital e o oncologista com os resultados dos exames nas mãos, perguntava-me porque demorei tanto para retornar à Finlândia? Falei-lhe a verdade a respeito das tonturas e também de um médico da familia que me deixou mais tranquila quando me disse que não havia motivo para entrar em pânico.

- Senhora Rutanen, um médico de verdade, não fala isso para uma paciente. Um médico de verdade, conhece literalmente as características de um tumor maligno!! mesmo que ele não tivesse certeza, teria que lhe aconselhar a procurar imediatamente um oncologista.

Ali naquela sala, naquele mesmo momento, foi feita a biópsia. Eu estava com tanto medo que não conseguia relaxar deitada na maca. O médico pediu que eu ficasse tranqüila pois ele teria na agulha anestesia, apesar de ser um procedimento invasivo, nem percebi a hora que ele colheu o material. Quando abri os olhos, já havia terminado. Os resultados chegaram em poucos dias e ai veio a confirmação: Um carcinoma de 2,5cm.

Tentávamos seguir em frente pois fui orientada pela psicóloga do hospital sobre o que me esperava, apesar de ser orientada a fazer tudo que me fosse dito pelos médicos. A mesma deixou-me um pouco tranqüila porque a cirurgia era necessária e tudo seria feito para correr da melhor maneira possivel.

Poucos dias depois, era chegado o dia da cirurgia que, para mim, parecia um pesadelo terrivel. O meu medo era tanto que não consigo expressar-me aqui com palavras. Na noite anterior a cirurgia, mesmo com tranqüilizantes, não conseguia relaxar nem dormir. Às seis da manhã, o médico e a enfermeira vieram conversar comigo sobre o procedimento. 

- Senhora Rutanen, dizia-me o cirurgião: - Fique tranqüila que tudo ficará bem, porém, não posso dar-lhe nenhuma informação se removeremos a sua mama, mesmo o tumor sendo pequeno, não sabemos como estão os tecidos lá dentro. Teremos que colocar um tubo para facilitar a sua respiração durante o procedimento e isso, ao acordar da cirurgia, irá lhe incomodar um pouco, mas passará logo. Enquanto estiver anestesiada, os tecidos retirados da mama irão para o patologista e enquanto não retornar do laboratório, ficarás dormindo. Se tudo for bem, assim esperamos, deixaremos a sua mama.

Meu Deus, aquilo era irreal, não podia estar acontecendo comigo, mas sentia uma força tão grande, que não sabia de onde vinha, e lógico me agarrando na fé que sempre tive em Deus. Já preparada para a cirurgia, via a enfermeira me carregando na maca de onde estávamos até o centro cirúrgico. Do meu lado direito acompanhava-nos uma pessoa vestida de branco e mesmo eu não olhando para o lado, sentia o acompanhamento, no meu entendimento, era um médico. Quando entramos no centro cirúrgico, visualizei 5 médicos e os mesmos se apresentaram: - Senhora, sou o seu cardiologista e outro dizia-me: sou o seu neurologista, e outros diziam-me: O seu fisioterapeuta e anestesista e finalmente o meu cirurgião; - mas onde está o médico que entrou conosco? perguntei-lhes com curiosidade: Senhora, entrastes sozinha com a enfermeira, não havia outro médico. Meu Deus, o que seria aquilo? estava lúcida, não tinha tomado ainda nenhum tranqüilizante e tinha a certeza que vi aquele homem vestido de médico nos acompanhando!!. Nada mais falei porque naquela hora, senti uma paz imensurável, sabia que estava protegida. Dali por diante, comecei a relaxar e não tive mais medo. Quando acordei, depois de mais que três horas, senti-me aliviada, sem nenhuma dor, nem mesmo sentia o incômodo na garganta falado pelo médico, apenas um pouco de mal estar da anestesia e tonturas. Mas dentro da medida do possível estava bem.

Percebi que Jouko estava sentado do meu lado, ao abrir os olhos. Ele tinha o semblante preocupado e mostrava-se apreensivo. - Kulta, estás bem? - perguntou-me ansioso. Disse-lhe que me sentia um pouco tonta e precisava da enfermeira. Enquanto isso, Jouko providenciava também a vinda do médico para a semi UTI que me encontrava.

- Senhora Rutanen: tenho uma excelente notícia!! dizia-me o cirurgião. Não foi necessário retirar a sua mama porque os tecidos ao redor, os gânglios linfáticos na axila, estão saudáveis. Não há metástase, e isso é um motivo muito forte para comemorarmos. Amanhã irás para sua casa e, após quatro dias, terás que retornar ao hospital para fazermos uma ressonância magnética no seu pulmão e também nas mamas. No raio X que fizemos antes da cirurgia, encontramos uma pequena mancha na área do mediastino e para descartarmos qualquer coisa errada, faremos esses exames. Claro que isso me deixou apreensiva!! Foi maravilhoso saber, depois de alguns dias, que tudo estava normal, apenas não passou de um susto. Mais uma vitória. No entanto, precisava falar com o médico qual seria o próximo passo. O médico, com o semblante um pouco triste, dizia-me que apesar de não haver metástase, teria que fazer o tratamento completo. Quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Pedia-me forças para enfrentar esses tratamentos. O medo do desconhecido deixava-me em pânico, apesar de saber que as reações dependiam muito do organismo de cada um.

A minha recuperação da cirurgia foi excelente. Sentia dores na cicatriz, mas controlava com analgésicos e antiinflamatórios. O médico avisou-me que o tamanho da cicatriz foi maior que o esperado porque queriam certificar-se que os tecidos ao redor estavam saudáveis e também tiraram muito material para exames.

Cheguei no hospital para começar as sessões de quimioterapia. O medo tomava conta de todo o meu ser. Tinha pesquisado em sites de línguas inglêsa, finlândesa e portuguesa, todos davam-me as mesmas informações, os efeitos colaterais eram pesados, mas também dependia muito do organismo de cada um. Estava acompanhada de meu marido, minha filha Adriana e meu neto Yusef. Ao chegar no local da quimioterapia, apesar de estar com muito medo, senti um certo alívio ao perceber que as pessoas ali sentadas naquelas cadeiras, recebendo o tratamento, demonstravam tranqüilidade. As enfermeiras com o sorriso no lábios, recebiam-me com tanta delicadeza e carinho, que aos poucos as batidas do meu coração foram se normalizando. Devido as minhas tonturas crônicas, colocaram-me deitada em um lugar privado, espécie de quarto com cadeiras para os meu familiares.

Quando me colocaram o catéter, sentia que a partir dali, tinha que ser forte, positiva, para enfrentar os efeitos colaterais que eventualmente, pudesse ter. Tudo correu bem. Fui para casa e ainda tive meu jantar sem nenhuma reação. Parecia que tudo ia bem, jantei e algum tempo depois, já sentia sono, acordando por volta das duas da manhã com mal estar insuportável e uma taquicardia que me tirava o fôlego. A minha família levou-me de volta ao hospital e imediatamente, foram feitos os exames. - Senhora, dizia-me a médica: - penso como és diabética, a cortizona que usamos para evitar enjôos, provocados pelos venenos, podem estar dando-lhe esses sintomas. Foi-me, então, receitado um tranqüilizante e aconselhada a voltar para casa.

Voltei a dormir e na manhã seguinte, o que sentia é quase impossível de descrever com palavras. As tonturas se intensificaram, os enjôos incomodavam, mal estar, diarréia. Tentando vencer todos aqueles sintomas, as horas se passavam e já nao conseguia nem olhar a comida. Comer era impossível!! Meu Deus, como iria superar tudo aquilo? e estava apenas no começo. No terceiro dia, as fraquezas incomodavam demasiado, até para respirar. Sabia que tinha que continuar, que teria que superar tudo aquilo, precisava alimentar-me. Era necessário beber, pelo menos, três litros de água por dia. No quarto dia, a minha filha resolveu cortar meu cabelo bem curtinho, porque quando começasse a cair, não sentiria o impacto tão forte!! Meu coração estava aos pedaços de ver a apreensão da minha familia, o empenho que faziam para me ver um pouco aliviada e colocar aquela comida na minha boca.

Após uma semana, semana que pareceu uma eternidade, conseguia comer algo e começava a fortalecer-me. Fazia as sessões a cada três semanas, um dia antes, teria que ir ao laboratório e fazer todos so exames de praxe. Como sempre, as enfermeiras tinham dificuldades de encontrar a minha veia.

Tinha que continuar, continuar era preciso. Na terceira semana sentia-me fortalecida e livre daqueles sintomas dos primeiros dias. Sabia que no dia seguinte começaria tudo de novo, o que não sabia era que teria sintomas diferentes, a cada sessão. Dessa vez, na segunda sessão, a minha boca foi atacada, ficou ferida, que até tomar água, que era absolutamente necessário, era sacrificio. Já estava completamente sem cabelo e via-me pálida com alguns quilos a menos e sentia-me em outro mundo, que não era o meu. Aquela pessoa não era eu, estava vivendo uma vida que parecia irreal.

Um dia antes da quarta sessão, fiz os exames de rotina e, no dia seguinte, o meu médico telefonou dizendo-me que fosse ao hospital, mas naquele dia não faria a quimioterapia, mas era necessário que fosse ao hospital, pois precisava falar comigo. - Senhora Rutanen: não faremos hoje a sessão devido aos resultados dos seus exames. Terás que tomar uma injeção chamada NEULASTA. Essa injeção foi inventada pelos europeus e é utilizada para reduzir a duração da Neutropenia (baixo número de glóbulos brancos ), devido a quimioterapia. Os glóbulos brancos são importantes, uma vez que ajudam o seu corpo a combater as infecções. A injeção NEULASTA deu-me muitos efeitos colaterais, inclusive na regial lombar, como o médico havia previsto. Mas resisti. Na segunda semana, já com os meus exames de sangue normalizados, fiz a minha quinta sessão. Dessa vez, além dos efeitos colateriais que tive nas sessões anteriores, perdi os meu cílios e, às vezes chorava com o mal estar e as lágrimas não caiam na minha face. Mas, resisti. A alegria, timidamente, chegava ao meu coração porque sabia que só faltava uma sessão.

Três semanas depois, chegou finalmente o dia da última sessão. Ao acordar, senti um medo imensurável e algo passou pela minha cabeça, que talvez não fosse fazer aquela última, porque o medo tomava conta de mim. Meu Deus!! Não podia desisti agora que já tinha feito as cinco sessões, apenas uma?, teria que juntar todas as forças e seguir em frente, principalmente com o apoio do meu marido, que por nenhum momento saía de perto de mim. 

Certa noite, durante essas sessões, acordei e percebi que ele estava em um sono profundo, mas segurando, firmemente, a minha camisola. Aquele gesto, mostrou-me o quanto ele estava comigo, o quanto tinha o seu apoio e senti mais forças. Uma dessas vezes, que não queria comer (aquela comida parecia minha inimiga), ele foi ao restaurante que sempre frequentávamos e mandou fazer o mesmo prato que eu sempre pedia e trouxe-me do jeito que eles serviam no restaurante, acompanhado com um bouquet de rosas. Falando em rosas, ele estava sempre renovando no meu quarto, rosas frescas e de cores variadas. Eu teria que lutar por mim, por ele e por todos da minha família que me amavam. Entao, quando me dei conta, as seis sessões de quimioterapia, que me maltrataram muito, estavam no final. Louvado seja Deus!



Depois de três semanas, de ter feito muitos exames, exames de imagens, o oncologista falou-me que tudo estava indo muito bem, tudo dentro do previsto. Comecei a radioterapia, que seria no total 30 sessões. Tudo indo muito bem, quando chegava no hospital, no horário exato, as duas enfermeiras (anjos), já estavam a minha espera na porta do local com a máquina ligada. Essa máquina era para colocar o dedo polegar, para checar as minhas impressões digitais. Vale lembrar que os cuidados com a saúde e o bem estar do paciente, na Finlândia, chega até ser emocionante, nota dez!


No meio das sessões de radioterapia, sentia muito incômodo com as queimaduras embaixo das axilas, extendendo-se para a mama. O oncologista me avisou que isso poderia acontecer, devido as radiações. Sentia a pele soltando como se fosse queimaduras de terceiro grau, era um sufoco para dormir, mesmo sendo medicada e usando o creme recomendado pelo médico. Fui tambem avisada que não poderia de jeito nenhum tomar sol por um período de um ano. 

- Rouva Rutanen, tänään on juhlapäivä; se oli viimeinen hoito!! . (Senhora Rutanen, hoje é um dia de festa; porque é o seu último tratamento) falavam-me as duas enfermeiras, visivelmente emocionadas. Eu tambem, não pude evitar as lágrimas.



Comecei o tratamento da hormonioterapia. Tomava e ainda tomo todas as noites, um remédio chamado Letrozol que evita a aromatase (detenção das células cancerígenas ). Ainda tenho um pouco menos de quatro anos para tomar esse remédio que, às vezes, tenho efeitos colaterais indesejáveis, mas nada que não possa administrar. Sei que os médicos deram a minha cura. Estou bem, mesmo ainda com as tonturas que não deixam de incomodar-me, sigo em frente, sei que venci essa doença, sinto-me forte, tão forte que três meses depois do término da radioterapia, já estava dentro de um avião retornando ao Brasil, para mais uma temporada , ansiosa para abraçar os meus entes queridos, levando na bagagem mais que 50 brinquedos e chocolates, pois tinha a vontade de ter a minha ceia de Natal, com as crianças carentes... 

As palvras não descrevem a alegria que senti naquela varanda da nossa casa, no Sítio do Conde, toda iluminada e decorada para o Natal, com aquelas cinquenta e poucas crianças jantando comigo e recebendo aqueles brinquedos. As palavras também não descrevem a emoção que senti de ver o brilho, a alegria nos olhos daqueles pequenos, de estarem passando a noite de Natal de uma forma diferente. Para mim, foi mais que um presente, foi uma benção que recebi do Meu Deus de estar ali com aquelas crianças, de ter vencido o meu tratamento e de, mais uma vez, pela centésima vez, poder ter saído do Polo Norte, atravessado o Oceano Atlântico e estar alí!!

Apresentação de um grupo de crianças, na noite de natal em minha casa, no Sítio do Conde




No meu retorno à Finlândia, três meses depois, estava na hora do meu check up anual. Os resultados da mamografia acusaram uma mancha na mama operada. Meu Deus, que susto!! teria que submeter-me a uma biópsia!!, mas enfrentei tudo com muita fé, muita força e quando os resultados chegaram, senti o quanto valeu a pena ser fortalecida com a minha fé. Aquela mancha ainda era do hematoma da cirurgia. Caí de Joelhos aos prantos e mais uma vez, agradeci a Deus pela vida.

Queria lembrar que o cirurgião que me operou foi eleito o melhor da Finlândia faz pouco tempo.


6 comments:

  1. emocionante ,que deus te bendiga ,na saude ,e muitas alegrias ,fe e coragem

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  2. Que bom amiga que a fé em Deus te curou!!! Não existe nada melhor do que nos entregarmos a Ele.

    Me recordo muito bem do início desta batalha, do susto que tomou na Clinica Delfin, das tonturas... Mas agora o importante é que tudo isso é passado!

    Parabéns!

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  3. Emocionante, Deus tem planos inimagináveis para VC. Parabéns pela força!

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  4. Obrigada asminhas queridas amiga, pelas palavras de carinho e confianca. Deus as bendiga também!

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  5. Maria, que testemunho de luta, de força, fé e coragem. Sofrestes tanto, mas buscou na fraqueza a força, buscou no amor da família, a coragem pra lutar pela vida. Fui tocada na minha alma com seu testemunho. Deus é bom o tempo todo Deus é bom!!
    Agora entendi porque sua mãe a batizou com o santo nome da mãe de Jesus. Maria Maria Maria!!

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    1. Obrigada querida amiga Carmem, As suas palavras carinhosas, tocaram também a minha alma. Sinto-me privilegiada e agradecida pelo seu carinho!

      Um abraco carinhoso.

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