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Monday, July 8, 2013

A MUDANÇA DE ANAPAULA E MEU BREVE CONTATO COM O BUDISMO

No final de julho, fomos para nossa casa de verão descansar um pouco. A fisioterapia indicada por um dos médicos que havia consultado estava ajudando a suavizar as tensões do pescoço. Procurava fazer caminhadas o máximo que podia. Andava com o apoio de sauvas, que foram desenvolvidas, no ano de l997, por atletas finlandeses que esquiavam nas modalidades cross country, como parte do treinamento de verão. O resultado do uso das sauvas traz grandes benefícios para a saúde, queimando até 40% de calorias. São indicadas para quem tem problemas nos joelhos e nas articulações, pois a pressão que se faz sobre essas partes do corpo, com o uso das sauvas, é menor. Excelentes para trabalhar os músculos dos membros superiores, exercitam a parte peitoral e abdominal, aumentando os batimentos cardíacos em até 13%. Aliviam as tensões musculares e dores na região do pescoço e costas. Perdem-se, com o uso delas, em torno de 400 calorias por hora, enquanto, em uma caminhada normal, sem esse tipo de equipamento, perdem-se apenas 280. Hoje em dia, os finlandeses estão passando essa tecnologia para outros países da Europa, para o Japão e para os Estados Unidos. Gosto tanto de andar com elas que até as levo para o Brasil, sendo, às vezes, vítima de comentários irônicos, como: “Aqui é uma praia, e não um lugar para esquiar!”.


Andando com as Sauvas...

Anapaula e Juha estavam se desfazendo das coisas deles para irem definitivamente morar no Brasil. Eu e meu marido não gostamos nem um pouco da idéia, pois, além de ser um risco economicamente, existia também a questão da segurança. Eles estavam acostumados a viver em um país onde ainda havia respeito pela vida, podiam andar a qualquer hora do dia ou da noite sem nenhum problema. Mas eram adultos e sabiam o que estavam fazendo.

No início de setembro, finalmente chegou o dia da partida deles. Tomaram um navio para Estocolmo e, de lá, um avião para Salvador com conexão em Lisboa. O terminal estava lotado de pessoas que foram se despedir e desejar tudo de bom para eles. Tinham muitos amigos.

Durante esse período, Paula, que estava se convertendo ao budismo, tentou levar-me junto, mas não conseguiu porque nasci católica e continuo católica. Deus tem dado muitas coisas boas para minha vida, principalmente a prova de Sua existência, fazendo com que minha fé, a cada dia, fique mais forte.

No final de setembro, Paula convidou-me para ir com ela até Londres num encontro com budistas de vários países, inclusive o Presidente do Soka Gakkai International, uma organização sediada no Japão que promove a paz, a cultura e segue a filosofia do budismo de Nichiren Daishonin, o Buda dos últimos tempos. Decidi ir junto porque, além de presenciar, como convidada, esse evento, teria a chance de visitar meu médico em razão de meu problema da coluna cervical.

Ficamos hospedadas em um castelo alugado para esse encontro. Ficava numa cidade pequena perto do Castelo de Windsor. No outro dia, já instalada, fui para o centro de Londres e, de lá, para a clínica do Dr. Stephen. Quando lá cheguei, ele me disse que não poderia aplicar a injeção de cortisona porque não era adequada para o local em que eu sentia dor. Deu-me um aparelho para usar por dez minutos ao dia. Esse, que funcionava também a pilhas, provocaria vibrações elétricas nos músculos, e isso aliviaria minhas tensões e dores.

Eu não participava de todas as reuniões budistas, mas, às vezes, às 18 horas, assistia às preces. Tenho que admitir que eram muito bonitas. Apesar de ser católica, constatei que, quanto mais vejo coisa no mundo, mais claro fica para mim que, sejamos ricos ou pobres, instruídos ou não, todos desejamos a felicidade e procuramos evitar os sofrimentos. Palavras de Sua Santidade, o Dalai Lama.


Dessa vez, passeamos bastante, visitamos o Castelo de Windsor já totalmente recuperado do incêndio ocorrido algum tempo antes. Além das coisas bonitas que lá vi, fiquei impressionada com a frequência com que os aviões desciam no Aeroporto Heathrow, esse estava perto do pátio do Castelo.

No dia seguinte, fizemos um tour, percorrendo uma boa parte do rio Tamisa. Ao meio-dia, foi servido um almoço para nós, ainda dentro do barco. Depois fomos visitar a Abadia de Westminster e tiramos fotos em frente ao Parlamento.

Rio Tamisa - Londres

Abadia de Westminster

No último dia, foi emocionante quando cerca de mil pessoas reuniram-se para orar em voz alta. Não consigo descrever a beleza daquele coro. Retornei, então, para casa.

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