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Tuesday, July 23, 2013

UM PERÍODO ENTRE A ÁFRICA E O BRASIL (parte 1)

Assim, no dia trinta de novembro, decolamos de Helsinki para Frankfurt, de onde faríamos uma conexão e seguiríamos para Johannesburg, na África do Sul. Nosso voo foi excelente. Jouko, como sempre, dormiu bem durante o voo, e acredito também que, dessa vez, ele estava muito cansado com a maratona dos últimos dias. Eu nunca consigo dormir, então, assisti a três filmes que passaram durante a viagem. Na manhã seguinte, às 9 horas e 40minutos, horário local, descemos no aeroporto de Johannesburg. Ao ver a cidade de cima, ainda do avião, fiquei encantada com o verde e a beleza daquele lugar. Impressionou-me, também, a beleza do aeroporto e a precisão no controle de passaportes. Um finlandês que iria trabalhar com Jouko estava nos esperando no aeroporto, e, de lá, seguimos de carro para a cidade de Rustenburg, onde iríamos morar. Essa cidade fica a mais ou menos duas horas de carro de Johannesburg, a mil metros acima do nível do mar, tendo sido colonizada por alemães e holandeses.

Rustenburg

Tranquila Rustenburg (que significa "cidade de descanso), alguns 115 km de Joanesburgo, encontra-se no sopé ocidental das belas montanhas Magalies, da província de North West. Suas ruas são muitas vezes brilhante, com o lilás dos jacarandás e as flores multi-coloridas de hibiscos e buganvílias que prosperam nesse clima típico.

Quando saímos do aeroporto, passamos por fora de Johannesburg e entramos na cidade de Pretória, que possui imensos parques e jardins com muitos jacarandás floridos. Nessa cidade, existem em torno de 70 mil pés de jacarandá. Na primavera, formam-se, no chão, tapetes de cores rosa e lilás das flores que caem dessas árvores. Por isso, o chão fica escorregadio, o que requer cautela ao andar pelas ruas nessa época. Apenas para lembrar, no Brasil essa árvore infelizmente, está em extinção. As estradas, com muitas subidas, também nos surpreenderam com a conservação e com a quantidade de pinheiros e hortênsias, lembrando muito o sul do Brasil. Fiquei muito surpresa ao ver tanta beleza porque não era esse o visual que as televisões mostravam.


Jacarandás floridos...
Protea, flor tipo bromélia que é simbolo da África do Sul (A lenda grega diz-nos que Protea foi nomeada por causa de Proteus, filho de Poseidon. Um deus do mar que tinha o poder de saber todas as coisas do passado, presente e futuro, Proteus foi desafiador e preferiu tirar um cochilo na ilha de Pharos, em vez de profetizar. Para impedir aqueles que procuram seus insights, ele mudaria sua forma à vontade, e diz-se que a flor Protea foi nomeada após ele, pois, também, apresenta-se em uma espantosa variedade de formas, tamanhos, tonalidades e texturas para tornar-se mais do que 1.400 variedades..)
Em nossa chegada, mais surpresas. Fomos levados pelo finlandês para um resort com uma área de milhares de quilômetros quadrados de muito verde, jacarandás, muitas plantas ornamentais, flores e cento e doze espécies de pássaros coloridos. Na recepção, uma situação inusitada que deixou-me um pouco surpreendida, quando o gerente veio nos dar as boas vindas e de repente, vejo em minha frente, 10 mulheres devidamente uniformizadas, todas ostentando um dos sorrisos mais belos que tinha visto até aquele dia. 

Senhora, dizia o gerente. Dessas dez professionais, escolha qual será a vossa camareira. Sentindo-me imensamente constrangida em ter que escolher uma delas, comecei perguntando o nome de cada uma. Na terceira, disse me que se chamava Salomé. Eu, por minha vez, tentando naturalidade, disse-lhe: Salomé, daqui em diante, serás a minha companheira com muito prazer.


Com a camareira no meu quarto no Resort Hunters Rest
Camareira na área verde do Hunters Rest
Fotos do Hunters Rest Resort. É um pitoresco resort situado em área sub-tropical fora da zona urbana, situado entre as montanhas de Magalies apenas uma hora e meia de carro de Joanesburgo ou Pretória. Os quartos e suites do Hunters Rest são perfeitamente adequados para famílias e viajantes de negócios para o conforto e comodidade.

Montanhas Magalies ao fundo (Foto: Hunter Rest Hotel)
Restaurante (Foto: Hunter Rest Hotel)

Área da piscina (Foto: Hunter Rest Hotel)

Campo de golfe (Foto: Hunter Rest Hotel)
Acomodamo-nos em uma suíte em frente à piscina, também muito grande e bonita. O café da manhã tinha um bufê maravilhoso que não combinava nada com minha dieta, e eu continuava a brigar com a balança. Resolvi, então, tomar meu café da manhã sem me preocupar com dietas e, em vez de almoçar, eu passava o dia comendo frutas e tomando sucos. À noite, jantava com meu marido. E continuava com as caminhadas. Para mim, era muito prazeroso andar todos os dias, em torno de duas horas, embalada pelo canto de centenas de pássaros, principalmente ao entardecer. Sempre via macacos de cor cinza e olhos azuis, esquilos, pavões e outras espécies de aves.


Nosso chalé no Hunters Rest Resort
Em um final de semana, fizemos um safári em um parque nacional onde a variedade de animais era muito grande. Nós fomos em um carro apropriado, com o motorista portando uma arma de fogo para o caso de uma emergência, pois, segundo ele, os animais selvagens eram muito destemidos. Conseguimos ver chacais, elefantes, impalas, babuínos, cudus, crocodilos, hipopótamos, zebras, girafas, avestruzes, antílopes e muitas outras espécies.

Safári, no parque nacional

Nessa região, o que mais me impressionou, além da quantidade de área verde com muitas flores e plantas, foi um complexo turístico chamado Sun City, considerado um dos melhores do planeta e um dos que mais recebia turistas durante o ano todo, localizado quase na fronteira entre Zimbábue, Moçambique e Botswana e projetado com uma excelente área de lazer. Nas várias vezes em que lá estivemos, vimos turistas de todas as partes do mundo. Esse projeto arrojado ficou pronto em 1992 com um custo de duzentos e oitenta milhões de dólares. Foi construída uma praia artificial com equipamentos hidráulicos para gerar ondas de mais de dois metros, proporcionando alegria aos surfistas. A quantidade de palmeiras, plantas ornamentais, areias brancas e cabanas era de fazer inveja a qualquer praia natural, sem falar do brilho de sol o ano inteiro. Esse local oferecia três hotéis cinco estrelas e o Palace Hotel, com seis estrelas, sendo um dos grandes esplendores do mundo. Nesse hotel, os móveis, feitos de forma artesanal, os quadros, emoldurados em estilo barroco, os tapetes, os vitrais das janelas, os lustres e a decoração dos tetos com pinturas barrocas deixavam os turistas sem fôlego diante de tanta beleza. Seu campo de golfe era considerado um dos melhores, onde acontecia um famoso campeonato anual com um prêmio de um milhão de dólares. Havia, também, dois cassinos luxuosos, inúmeras máquinas de moedas e uma imensa quantidade de jogos eletrônicos para a criançada. Sem falar nos restaurantes, casas de café e chás, teatro – um dos mais belos que vi –, joalherias, lojas de marcas famosas e de suvenires. Os jardins que rodeavam essas áreas eram surpreendentes.

ALGUMAS FOTOS DE SUNCITY (Sun City - a Las Vegas da África, é a capital do jogo do país e tem toneladas de atrações e opções de entretenimento de jogos. O resort dispõe de dois campos de golfe de 18 buracos e muita diversão ao sol, visitando o Vale das Ondas na mágica Lost City - um dos parques aquáticos mais famosos do mundo!)


O labirinto da Lost City - entradas (cidade perdida). Foto by Jota_BRAZIL via flickr)
Suncity - The Lost City


 
Túnel do Tempo - Suncity (2002)
Tobogã. Foto by sureshroopa via flickr

Piscina de ondas em Suncity. Foto by Planet Janet 111 via flickr)

Piscina de ondas. Foto by sureshroopa via flickr

Suncity Arena (Foto by Steve Hung via flickr)

Praia artificial em Suncity. (Foto by H Sinica via flickr)

 FOTOS DO THE PALACE HOTEL

Piscina do The Palace

Entrada do The Palace Hotel

Na Entrada do The Palace

Na frente do The Palace


Outra coisa que me surpreendeu foi saber que na África do Sul eram faladas onze línguas além do inglês: o afrikaans (mistura do holandês com o alemão), zulu, xhosa, setswana, swabi, ndebele, sesotho, northern sotho, sepedi, yenda e shangani.

Os negros trabalhavam muito e ganhavam muito pouco, e os brancos, por outro lado, na maioria judeus, eram os donos absolutos de tudo, por isso era muito raro ver pessoas negras em hotéis, restaurantes, shopping centers e áreas de lazer sem que estivessem trabalhando. Morando lá, doía muito ver a discriminação que os homens sofriam simplesmente por causa da cor da pele.

Estaria retornando à Finlândia em duas semanas e, de lá, voaria para o Brasil. Mesmo com toda a beleza desse lugar em que eu estava, com toda a mordomia que tinha, com a felicidade que sentia por estar junto a meu marido, as saudades de meus entes queridos eram muitas. Pelo menos tinha a promessa de que meu marido iria tirar duas semanas de férias e passá-las comigo no Brasil.

Chegou o dia de nosso retorno à Finlândia. Pela manhã, tomamos o carro e seguimos viagem para o aeroporto de Johannesburg, passando por outra estrada também belíssima com muitas montanhas, pinheiros e flores silvestres. Paramos para almoçar e, várias vezes, para tirar fotos. Três horas depois de nossa saída, estávamos no aeroporto.

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