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Saturday, July 6, 2013

MEUS CINQUENTA ANOS

Após toda essa agitação, eu continuava com as dores de cabeça e as tonturas. Procurei, mais uma vez, um médico, que solicitou uma radiografia do pescoço, lugar em que eu sentia muitas dores e tensões. Os resultados mostraram muitos problemas. Enquanto isso, eu assistia a todos os jogos da Copa do Mundo e estava contente porque o Brasil seguia ganhando sempre.


Em uma dessas vezes, reunimos todos os brasileiros e fomos assistir, em um restaurante em Helsinki, ao jogo Brasil x Holanda. O local estava preparado para o jogo, com várias televisões colocadas em todos os ângulos. Havia o lado do bar, onde a maioria das pessoas estava reunida. O outro era do restaurante, também com vários televisores. Sentei-me lá com Paula para jantar. O jogo já havia começado, e o Brasil estava ganhando. Pelo fato de estar com o problema no pescoço, levantei-me várias vezes. Em um desses momentos, senti que alguém me pegou pela cintura tentando me jogar no chão. Sem entender, olhei e vi que um holandês, bêbado e fanático, tinha ficado nervoso por eu estar em sua frente. Nessa hora, estava chegando um de nossos amigos, que evitou que eu fosse jogada ao chão. Imediatamente chegaram ao local Anapaula, Juha, Ricardo e todos os nossos amigos a fim de saber o que tinha acontecido e de tomar satisfações. Felizmente, quando o indivíduo viu muita gente em minha defesa, fugiu.

Comemorando meus 50 anos...

Na semana seguinte, dia 12 de julho, seria a final da Copa do Mundo, com o jogo Brasil x França, e, no dia 13 de julho de 1998, completaria meus cinquenta anos. Programamos uma grande festa em um restaurante que pertencia a um brasileiro no centro de Helsinki. Conseguimos reunir em torno de duzentas pessoas. Encomendei um bolo de aniversário muito grande que daria para todos comerem, e o restaurante iria servir um ponche. Depois da meia-noite, já no dia 13, seria comemorado meu aniversário junto com a vitória do Brasil. O restaurante foi decorado com bolas verdes e amarelas, havia uma mesa grande com um arranjo de rosas amarelas e, no centro, o bolo com cobertura também amarela decorado com rosas naturais e folhas verdes. Nas paredes laterais à mesa, havia duas bandeiras do Brasil. Antes de começar o jogo, o restaurante já estava completamente lotado de brasileiros e finlandeses, a maioria vestida com a camisa da Seleção Brasileira, e alguns com roupas engraçadas, típicas da ocasião. Não poderia faltar também a banda Los Caipirinhas, que, além de assistir ao jogo, também foi homenagear-me. A animação era grande, e todos nós estávamos confiantes na vitória do Brasil e na conquista do penta. Uma emissora de televisão também estava lá. Pelo fato de ser a aniversariante, fui chamada para uma entrevista. É impossível descrever a decepção e a tristeza de todos nós no final do jogo. As pessoas não acreditavam que aquilo havia acontecido com a Seleção Brasileira. Além de brasileiros, também vi alguns finlandeses chorarem. Era inacreditável o amor que eles tinham por nosso país. À meia-noite, apesar da tristeza, a banda começou a tocar Parabéns para você em ritmo de samba. A turma, com uma rapidez imediata, esqueceu a tristeza e caiu na festa. Nessa hora, foram servidos o ponche e o bolo.

50 rosas na mesma cor champanhe foram entregues a minha irmã gêmea Joselita, no Brasil, no mesmo dia em que eu recebi as minhas.

No mesmo dia, antes da festa, liguei para Salvador e falei com uma floricultura na Pituba pedindo que entregassem para minha irmã cinquenta rosas de cor champanhe e um cartão escrito cinquenta vezes Eu te amo. Por volta das 9 horas, horário do Brasil, minha irmã abriu a porta e não conseguiu conter a emoção ao deparar-se com meu gesto. Eu também tive a mesma demonstração de carinho por parte de meu marido e de meus filhos.

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