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Tuesday, June 25, 2013

MUITO AGITO EM POUCO TEMPO

Essa é Ida Janine, minha sobrinha-neta, neta da minha irmã Joselita, de quem falei no post anterior

Voltei, em seguida, para a Finlândia. Meus filhos continuavam na escola. Ricardo estava na Academia de Música. Eu continuava a estudar línguas e, quando podia, viajava com Jouko para outros países. Quando me hospedava em hotéis maravilhosos e comia em ótimos restaurantes, lembrava-me de meu sonho de infância de conhecer Londres, um sonho de uma menina pobre que lavava roupas na fonte para uma família de doze pessoas, que tirava água das cisternas das vizinhas, dona Cândida e dona Vivaldina, para abastecer a casa.

E tudo estava indo bem até o dia em que pedi a Adriana para ir ao banco para mim:

– Adriana, gostaria que fosse ao banco e depositasse esse dinheiro na minha conta. Era sete mil marcos finlandeses.

Passados dois dias, fui ao banco pegar meu saldo no caixa automático, e, para minha surpresa, havia, na minha conta, setenta mil marcos finlandeses. Fiquei sem saber o que fazer por saber que aquele dinheiro não era meu. Antes de ir ao banco para ter mais informações, resolvi ligar para Boston, nos Estados Unidos, onde Jouko estava fazendo um projeto. Ele me disse:

– Maria, aconselho você a não mexer nesse dinheiro e também não avisar nada para o banco. Vamos ver o que eles vão fazer e a explicação que vão dar. Recomendo que você não a movimente até isso ficar resolvido. Use a conta conjunta que temos. 

Depois de um mês e meio, fui buscar o saldo e percebi que todo o dinheiro a mais que estava na conta, inclusive sete mil marcos que eram meus, havia desaparecido. Liguei para Jouko novamente, e ele me disse:

– Agora você precisa ir imediatamente ao banco fazer a queixa.

– Senhora, o banco sente muito pelo equívoco, e pedimos mil desculpas. 

Agora mesmo, seu dinheiro entrará em sua conta.

Dois dias depois, recebi uma carta do banco elogiando minha honestidade, pedindo desculpas pelo ocorrido e colocando-se à minha disposição para o que fosse preciso.

Um ano depois, quando meu marido completou seus 50 anos, fiz uma festa. Na Finlândia, é muito importante comemorar essa idade. Convidamos alguns brasileiros, amigos finlandeses e a família dele para nossa casa de campo. Servi de almoço uma suculenta feijoada e, é lógico, a caipirinha. Os ingredientes da feijoada, eu trouxe do Brasil. Vesti-me de baiana e fui alvo da curiosidade das pessoas querendo saber sobre a roupa e os colares dos orixás que usava. A festa começou cedo, com a chegada dos parentes dele que, segundo a tradição, entraram cantando uma música típica para a ocasião. Emocionei-me muito com aquela homenagem até então desconhecida para mim.

Festa do aniversário de 50 anos de Jouko


No mesmo ano, entrei para uma associação de senhoras estrangeiras cujo objetivo era discutir os problemas sociais do mundo. Eram embaixatrizes, esposas de diretores de empresas multinacionais e outras senhoras finlandesas. Viajávamos muito, tínhamos conferências e promovíamos chás beneficentes e shows cuja verba era destinada a países carentes. Em uma dessas viagens, fomos para as Ilhas Canárias na Espanha. Ficamos por uma semana em um hotel belíssimo, na Praia dos Ingleses, perto de Las Palmas. Lembrei-me de que estava a meio caminho do Brasil e senti muitas saudades. Naquele mesmo ano, voltei ao Brasil e fui convidada para dar uma entrevista à TV Itapoan para falar sobre esse projeto.



As Ilhas Canárias são um arquipélago espanhol no Oceano Atlântico, ao largo de Marrocos, constituindo uma Região Autónoma da Espanha.

Ilhas Canárias - Tenerife, a maior das 7 ilhas, um local onde é sol e calor o ano todo, logo, um balneário turistico sempre movimentado principalmente por inglêses, alemãs e russos.

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