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Friday, June 21, 2013

VIVENDO NA FINLÂNDIA

Iríamos permanecer uma semana no Brasil. Jouko ficou em São Paulo para uma conferência. Eu e as crianças seguimos viagem para Salvador para ficar alguns dias com as pessoas que eu também amava muito. Depois de matar as saudades da família, retornamos para São Paulo. De lá, tomaríamos um voo para Roma, onde ficaríamos por uma semana. Em São Paulo, ficamos hospedados em um hotel da rede Tropical pertencente à Varig. Faltavam dois dias para nossa ida à Itália. No dia do embarque, tomei um ônibus de manhã, junto com as crianças, para São José dos Campos, a fim de rever os amigos e buscar o documento da saída das crianças do País. Na época em que fomos ao Chile, o papel não estava pronto, mas o juiz nos falou que, na hora do embarque, se houvesse algum problema, ligasse para ele do aeroporto. Para mim, não fez sentido porque as crianças estavam saindo do país de qualquer jeito. Não foi necessário, pelo menos não pediram nada na hora do embarque. Dessa vez, teria que ter esse papel porque as crianças estavam saindo definitivamente do país.

Terminal Rodoviário de São José dos Campos

Fomos recebidos na rodoviária de São José por minha amiga Adelaide, que tinha sido secretária de meu marido na época em que ele havia trabalhado em São José dos Campos. Seguimos direto para o fórum da cidade, buscamos o tal documento e, depois, visitamos alguns amigos. Almoçamos e retornamos à tardinha para São Paulo porque o voo para Roma sairia às 22h. Na rodoviária de São Paulo, tomamos um táxi para o Aeroporto de Cumbica onde Jouko estava a nossa espera junto com a bagagem. Na viagem para o aeroporto, lembrei-me de que havia esquecido, na cadeira do ônibus, a pasta contendo o bendito documento. Entrei em desespero porque, se retornasse para a rodoviária, talvez não desse tempo de alcançar nosso voo. Se fosse sem o documento, talvez não pudesse embarcar com as crianças. Perguntei ao motorista do táxi se haveria tempo de retornar. Ele respondeu que, se o tráfego estivesse livre e se corresse muito, talvez conseguíssemos. Quando chegamos à rodoviária, fomos informados de que o ônibus já havia sido retirado para a garagem. Não perdemos tempo e fomos imediatamente para lá, onde encontrei a pasta dentro do veículo, no mesmo lugar em que a havia deixado.

Retornando ao aeroporto, olhava o relógio e sabia que estava correndo contra o tempo. Só com muita sorte alcançaríamos aquele vôo. Doía-me só de pensar em como Jouko deveria estar preocupado. O motorista falou-me que estava indo o mais rápido que podia. Refleti sobre a nossa espera por esse papel durante seis longos anos e que não seria justo perdermos o voo justamente agora que tínhamos a documentação para sairmos com as crianças definitivamente do Brasil.

Ao chegarmos ao aeroporto, encontrei Jouko muito aflito, mas com a boa notícia de que nosso voo estava atrasado em duas horas. Respirei aliviada e mais uma vez agradeci a Deus. Para relaxar, fomos direto para a sala vip do aeroporto. Àquela altura, Jouko já havia feito o check in de nossa bagagem.

Finalmente chegou a hora do embarque, e nos dirigimos para o controle de passaportes. Tinha, em uma das mãos, meu passaporte e o das crianças e, na outra, a pasta contendo o documento. O policial carimbou os passaportes, e, quando eu quis entregar o documento, ele me disse que não era necessário. Engraçada essa Justiça, não é mesmo? Tanto sofrimento e tanta espera, tanto sufoco, por nada! Ficou a dúvida: se eu fosse sem o documento, conseguiria embarcar?
Aeroporto Leonardo da Vinci - Roma (Foto: Flickr)
Decolamos, então, com destino a Roma. O vôo foi uma beleza, fizemos uma escala em Milão e, logo depois, pousamos no Aeroporto Leonardo da Vinci. A temperatura estava em torno dos 40ºC. De São Paulo, Jouko fez a reserva no hotel de Roma e também pediu que um carro fosse nos buscar no aeroporto. Mas, para nossa surpresa, mandaram-nos uma limusine que custou mais que o dobro do preço de um carro normal. Reclamamos por isso, e de nada adiantou. 

Chegamos ao hotel onde ocupamos três apartamentos: um para Ricardo, um para Anapaula e Adriana e outro para mim e Jouko. Eram muito confortáveis, com ar condicionado, música e tv. No mesmo dia, à tarde, fomos visitar o Coliseu, o Capitólio e a Fontana di Trevi. À noite, saímos para jantar e, no dia seguinte, fomos para a Basílica di San Pietro e a Capela Sistina. Fiquei maravilhada com a arquitetura e a pintura feita por Michelangelo. Estávamos andando fazia bastante tempo dentro da Basílica, quando as crianças começaram a reclamar que estavam com sede, e resolvemos, então, sair para beber água. Matamos nossa sede e voltamos para o hotel. Anapaula não havia ido neste dia conosco alegando que estava cansada. Pensamos que era por causa do calor insuportável e, quando retornamos ao hotel, nós a encontramos com febre. Chamamos o médico, que diagnosticou uma infecção na garganta. No dia seguinte, ela já estava um pouco melhor e nós saímos novamente para curtir a beleza daquela cidade. Dois dias depois, tivemos outro problema de saúde com Adriana. O dia estava muito quente, e ela teimava em usar calças jeans. Por conta disso, suas pernas ficaram muito feridas, e ela teve que ficar no hotel até melhorar.
Coliseu - Roma (Fotos: skyscrapercity)
O Capitólio (em italianoCampidoglio), ou Monte Capitolino, é uma das famosas sete colinas de Roma. (Foto by cconstantinou via Flickr) 
Fontana di Trevi - Roma (Foto by michugila via Flickr). Todos fazem seus pedidos e atiram a moeda na fonte.
Fontana di Trevi (Foto by Paulo Heuser via Flickr)
Eu, Adriana e Anapaula em Roma
Em Roma

Eu, Adriana e Ricardo, Catedral de São Pedro, Vaticano.

Praça de São Pedro - Vaticano (Foto by Flávio Cruvinel Brandão via Flickr)
Basílica de São Pedro, Vaticano (Foto by Francisco Aragão via Flickr)

Chegou o dia de nossa ida à Finlândia. Eu estava feliz porque finalmente iria ter uma nova vida junto com meus filhos e marido em uma casa que era nossa. Meu sonho estava se realizando. Na hora do embarque, Jouko passou direto pelo controle já que tinha passaporte finlandês. Nós, com os passaportes brasileiros, tivemos que esperar quase uma hora em uma fila quilométrica. Conseguimos entrar e nos dirigimos para a sala vip do aeroporto. Lá, pedi a meu marido que buscasse um drinque para mim, porém ele falou que eu não poderia tomar bebida alcoólica por causa de meu problema na vesícula. No mesmo sofá em que eu estava sentada, havia um senhor de meia idade moreno olhando muito para mim. Em um dado momento, esse homem chegou mais perto e começou a conversar conosco e, depois de pouco mais de vinte minutos, ele se aproximou de mim, pegou em meu braço e disse:

– Gostei de você e gostaria que se casasse comigo.

De início, achei que estivesse bêbado. Disse-lhe então que, por favor, soltasse meu braço:

– Isso é uma brincadeira de mau gosto. Sou casada, e esse senhor que está sentado a nossa frente é meu marido, e essas crianças são nossos filhos.

Ele continuava com aquela proposta ridícula, e meu marido, ainda sentado, sereno e calmo. Eu entrei em pânico quando pensei na possibilidade de um sequestro porque o homem havia nos dito antes que era um xeique árabe e estava falando sério. Ele continuava a apertar meu braço, e eu pedia desesperadamente que ele se afastasse de mim. Dizia-me que o jatinho dele estava estacionado na pista, que iria para Damasco, na Síria, e, de lá, para o Egito, e que nos casaríamos. Anapaula chorava muito. Ele se virou para meu marido e perguntou:

– Qual o preço dela?

Jouko, com toda sua serenidade e sabedoria, respondeu-lhe:

– Ela não tem preço.

Nessa hora, felizmente foi chamado nosso vôo e nos dirigimos correndo para o portão de embarque.

Decolamos para Helsinki, e, dentro do avião, Jouko conversou comigo e disse-me o motivo de não ter reagido e nem discutido com aquele homem. Foi porque estávamos dentro de uma área de segurança, e o xeique não poderia fazer nada comigo. Já mais calma, raciocinei melhor e percebi que Jouko tinha razão. Deixamos para trás aquele homem que achava que, só porque era xeique, podia me comprar. Talvez nos sonhos dele.

Chegamos à Finlândia. Sentia intensamente o gosto de realização e plenitude. Naquele momento, uma nova vida se descortinava diante de mim. Minha paz estava lá, do outro lado do Oceano Atlântico. Toda a saudade e o sofrimento de ficar longe de meus filhos, sofrimento esse que não desejo para nenhuma mãe, haviam ficado para trás.

primeiros dias na Finlândia
Era verão e tinha ainda pouco mais de um mês para o começo das aulas das crianças. Decidimos viajar para Estocolmo para que meus filhos conhecessem a travessia do Mar Báltico, entre a Finlândia e a Suécia, em um dos navios mais luxuosos do mundo. Embarcamos às 18h. As crianças estavam felizes, curtindo aquela viagem dos sonhos. Chegamos a Estocolmo às 10h da manhã do dia seguinte. A irmã de meu marido estava nos esperando ansiosamente no terminal, finalmente ela iria conhecer meus filhos. O acolhimento foi maravilhoso por parte dos irmãos de Jouko, que assistiram a toda minha luta para trazer meus filhos e a todo meu sofrimento quando tive que me separar deles. Ficamos uma semana por lá, passeando e curtindo tudo que essa cidade tinha a oferecer: castelos, museus e outras atrações. Minha cunhada fez um jantar maravilhoso para comemorar meus quarenta anos. Como entrada, escargot com champanhe. Para quem não gostava desse prato, abacate com creme francês e caviar. Como prato principal, filé com molho aromatizado de trufa, uma espécie de raiz silvestre. Essa raiz é uma especialidade muito cara, pois só é encontrada nas florestas do sul da Europa, sendo necessários cães treinados para retirá-las de dentro da terra. Havia ainda batatas gratinadas e, de sobremesa, sorvete com lákka, uma frutinha silvestre da Lapônia. Retornamos depois de uma semana para a Finlândia no mesmo navio.

Estocolmo (Foto by Sigfrid López via Flickr)
Estocolmo, casa de Anikki, irmã de Jouko
Eu e a irmã de Jouko
Um dia, já na Finlândia, lembrei-me de que nunca mais havia usado um brinco de pérolas e diamantes que havia ganhado de presente de Jouko. Depois de ter procurado bastante, percebi que o havia esquecido no Chile, dentro de um porta-jóias de porcelana que havia dado a minha empregada. Telefonei para meu amigo do Banco de Santiago e pedi-lhe que fosse à casa de minha ex-empregada pedir o brinco de volta, pois ela não tinha telefone residencial. No dia seguinte, telefonei-lhe de volta e, para minha surpresa e decepção, recebi a notícia de que ela só entregaria a joia se eu lhe mandasse o referente a cinco salários mínimos do Chile. É lógico que a joia valia muito mais, mas a traição de uma pessoa que dizia gostar muito de mim, que chorou em minha despedida, era inadmissível. Lembro-me de que, na época em que começou a trabalhar comigo, o salário mínimo no Chile era de doze mil pesos, e eu pagava para ela vinte e cinco mil pesos e, quando tinha problemas, eu a ajudava, como quando seu filho estava na escola, e outro colega atirou uma pedra em sua cabeça, ferindo-o. Fui para o hospital com ela e paguei todas as despesas, sem falar no carinho com que a tratava. Decidi que não iria aceitar a chantagem de uma pessoa sem escrúpulos por causa de uma coisa material, muito embora tivesse um valor afetivo. Se algum dia retornar à mesma cidade, seus serviços não servirão mais para mim.

No ano de 1989, vendemos nossa primeira casa e compramos outra maior com um jardim enorme e muitas espécies de rosas e tulipas. Essa casa tinha cinco quartos, duas salas, dois banheiros, sauna, cozinha, quarto frio, climatizado, para conservar alimentos, despensa e garagem. Essa pertencera a uma finlandesa que havia sido Miss Universo (nome dela: Anne Pohtamo) em 1975. A mesma ainda vive e é muito bonita.

Ana Paula em nosso jardim

área verde da nossa casa


Na Finlândia, meus filhos estavam se adaptando ao novo estilo de vida:

– Minha mãe! Não vou voltar mais para aquela escola porque não entendo uma só palavra! – disse-me Adriana.

A escola, apesar de ter o inglês como matéria, tinha como línguas oficiais o finlandês e o sueco. Todas as disciplinas eram ensinadas em finlandês. Eles não tinham nenhuma base dessa língua ainda, que é uma das mais difíceis do mundo. Diante desse problema, o governo finlandês contratou uma professora que falava português somente para ajudar a meus filhos. Assim sendo, começaram a aprender e também a gostar da língua. Não tiveram mais problemas, pelo contrário, começaram a fazer muitos amigos e contavam com a ajuda de Jouko todos os dias, principalmente nas lições de casa.

Ricardo começou a praticar esportes e, em poucos meses, já se destacava na natação. Uma vez, estava em uma competição, liderando, quando, em um dado momento, olhou para mim orgulhoso. Nessa olhada, perdeu a concentração, conquistando o segundo lugar. Também já estava no time de futebol de juniores.

Jouko viajou para fazer um projeto de dois meses em Boston, nos Estados Unidos. Infelizmente não foi possível que eu o acompanhasse devido à escola das crianças. No Natal, ele já estava de volta, e fiz uma festa linda, convidando a maioria dos brasileiros que viviam na Finlândia. Passamos o Ano Novo na casa de uma família finlandesa que havia morado no Brasil na época do projeto de Jouko.


primeiro natal na Finlândia, minha filha vestida de duende.


Nesse período, recebi um telefonema do Brasil:

– Alô, Iaiá!? Aconteceu um problema aqui e não sei como resolver, não sei o que fazer de minha vida. – dizia-me Joselita, minha irmã.

O ex-marido de Joselita, que pagava a prestação do apartamento em que ela morava com as filhas, estava com um atraso muito grande no pagamento. Falei para ela que não se preocupasse e, no dia seguinte, fiz-lhe uma remessa de dinheiro. Depois que ela efetuou o pagamento, ele começou a pressioná-la para que passasse o apartamento para outra pessoa, recebesse a parte que já estava paga e dividisse com ele o dinheiro. Em momento algum esse homem se preocupou com as filhas e com Joselita, a mulher com a qual ficou casado por mais de dezoito anos e com quem teve cinco filhos. Ele não se importou, na época da separação, de ter tirado tudo dessa mulher e de suas filhas. E agora queria mais? Eu já havia decidido que pagaria o restante da dívida, que era bem maior, mesmo sabendo que o imóvel ainda estava no nome do antigo proprietário. Entretanto, diante dessa situação, não quis me arriscar. Decidi que minha irmã venderia o imóvel, passaria para outra pessoa que iria assumir o restante da dívida e daria ao ex-marido a parte dele. No final, o que ela recebeu não dava para morar de aluguel por mais de um ano.

Enquanto isso, minha irmã mais nova, Regina, telefonava-me constantemente pedindo-me que comprasse um apartamento para ela em Salvador, pois, segundo ela, não tinha onde morar. Insistiu tanto que consegui convencer meu marido a vender uma parte das ações que tínhamos. Jouko achava que não era uma boa ideia vendê-las, pois, para vender sem ter que pagar muito imposto, teríamos que esperar mais algum tempo. Para que eu não ficasse triste, Jouko decidiu vendê-las, e, no ano seguinte a essa venda, pagamos impostos altos por isso. Hoje, dez anos depois, com certeza ouviria meu marido porque essas ações valeriam uma verdadeira fortuna. Comprei, assim, o apartamento para ela morar. Na época, eu estava na Universidade de Helsinki, cursando inglês e finlandês. Como não podia perder muitas aulas, voltei ao Brasil somente por três semanas. Quando cheguei, o imóvel já havia sido escolhido. Era localizado no bairro da Pituba. O negócio foi realizado. Matei um pouco das saudades de minha família e retornei à Finlândia.

Dois meses depois, embarquei com Jouko no navio Constantin Siminov para conhecer Leningrado, hoje, São Petersburgo. Nossa viagem foi organizada por uma agência de turismo da Finlândia, principalmente por causa dos vistos de entrada na Rússia, que, na época, ainda tinha um regime comunista. Um casal de brasileiros de São Paulo, que estava na Finlândia a trabalho, viajou junto conosco. Durante a noite, quando eu já estava em minha cabine, ouvi alguém falar meu nome:

– Por favor, senhora Rutanen, tem um oficial nosso na porta de sua cabine. Queira, por gentileza, mostrar-lhe seu passaporte.

Tal procedimento era aplicado a todos os passageiros. Ninguém conseguiu dormir direito. Esse navio parte do porto de Helsinki às 18h e chega a São Petersburgo no dia seguinte às 10h da manhã. No desembarque, havia praticamente um exército a nossa espera para checar, mais uma vez, os passaportes. Apesar de todos os transtornos, valeu a pena fazer essa viagem, já que vimos muita beleza quando entramos no Museu Hermitage, com uns anjos de ouro, em tamanho natural, logo na entrada do museu. As obras de Picasso, Rembrant, Renoir e Claude Monet enchiam de genialidade o ambiente. Os cristais e as porcelanas, os móveis e outros objetos eram de tirar o fôlego. Muitas dessas peças pertenceram ao último Czar da Rússia, Nicolau II, cruelmente assassinado pelos Bolcheviques, com sua mulher, Czarina Alessandra, e com os filhos, em uma cidade chamada Jekaterinburg, no ano de 1918. No dia seguinte, saímos da cidade, a uma distância de vinte e sete quilômetros, para visitar o complexo de palácios de verão dos czares. Era difícil descrever tanta beleza. Os palácios continham tantas coisas que não tínhamos tempo para olhar e gravar em nossas memórias. Estávamos diante do retrato vivo de uma época de luxo e opulência em que os czares viviam até a Revolução Bolchevique de l918. No último dia, à tarde, o grupo foi visitar o túmulo de Lenin. Não fui porque esse tipo de programa me deprime. Fiquei descansando em minha cabine no navio, e, à noite, fomos assistir ao Balé Bolshoi. Lindo demais!

St. Petersburg (Foto by Retlaw Snellac via Flickr)

Church of the Savior on Blood. A obra de arte desta igreja é o tapete tipo mosaico da decoração das paredes e a abóbada executada para o projeto de Victor Vasnetsov, Mikhail Nesterov, Andrei Riabushkin e outros.. Ela foi construído em 1883-1907 no local do trágico atentado contra a vida do Imperador Alexandre II pelo terrorista I. Grinevitskij em 1 de Março 1881.
Foto by annpar via Flickr

Museu Hermitage. Foto by Ester via Flickr
Museu Hermitage. Foto by Ester via Flickr


St. Petersburg - Russia

Algumas obras de grandes pintores no Museu Hermitage

Ao retornarmos dessa viagem, encontramos Ricardo queixando-se muito de dores nas costas e achamos que era de tanto esporte que praticava. Procuramos um médico, foi feita uma ressonância magnética e constatou-se que ele tinha um problema sério na coluna lombar, provocado, realmente, pelo excesso de esforços que fazia em suas atividades físicas. O médico nos falou que o tratamento era cirúrgico e que talvez não pudesse mais praticar esportes, ao menos não com tanta intensidade. Fiquei preocupada só de pensar que meu filho iria operar a coluna. Mas estava esquecendo que a assistência médica da Finlândia era uma das melhores do mundo. A cirurgia foi um sucesso, e, em poucos dias, ele já estava recuperado. Seu sonho de ser atleta não pôde ser realizado em razão da proibição médica. Ele não desanimou e começou a se interessar por música. Algum tempo depois, já frequentando a Academia de Música, destacou-se na montagem da peça Anna Karenina, que conta a história de uma jovem russa, de autoria do escritor russo Leon Tolstoi.

No Natal de 1991, tivemos o privilégio de receber a visita oficial de Papai Noel, pois nossa casa havia sido uma das sorteadas para receber essa figura tão querida. Segundo a lenda, esse famoso velhinho nasceu na Finlândia, e até hoje existe sua casa na Lapônia, no norte do país, em uma cidade chamada Ravaniemi. Ali ainda vivem os lapões, um dos primeiros povos a chegar àquela região, conservando sua própria língua, cultura, vestindo-se com roupas típicas e eles, atualmente, são donos até de rádios e de canal de TV. Falam o sami, língua própria pertencente ao grupo linguístico das línguas Finn-ugricas. Uma parte deles vive também na Suécia, Noruega e Rússia. As cartas que as crianças do mundo inteiro mandam para Papai Noel, endereçadas à cidade de Ravaniemi, são respondidas por muitos mensageiros que também enviam verbas para crianças carentes.

Visita oficial do Papai Noel na nossa casa

Para receber Papai Noel nesse Natal, decorei com muito esmero minha casa e deixei a câmera fotográfica preparada para tirar muitas fotos, principalmente a oficial, que é usada todos os anos para fazer cartões de Natal e remetê-los para as pessoas queridas. Durante a visita de Papai Noel, a parte mais emocionante foi quando me pediu que ligasse para o Brasil, pois queria mandar uma mensagem de amor para todos de lá. Liguei, conversei com minha irmã, minha filha Adriana, que estava de férias no Brasil, e passei o telefone para o Papai Noel falar e mandar sua mensagem.


4 comments:

  1. Amiga, na certeza de que sua história é verdadeira e comovente, recordo-me que visualizei algumas dessas fotos (postas neste capítulo) mostradas por Litinha a qual estava feliz e orgulhosa da irmã que ela tanto amava e que era o seu grande suporte. Beijos.

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    1. Obrigada minha doce e querida Irene Santos. Nâo tinha visto antes o seu comentário. Vc sempre me fazendo feliz e privilegiada com as suas palavras sábias e cheias de carinho. Que Deus te Abencôe, minha amada Irene!

      Um abraco carinhoso. Esse abraco, será dado em breve ao vivo. Com fé em Jesus!!

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    2. Voce está correta minha querida Irene Santos. Sempre fui o grande suporte para minha irmâ Litinha e para as filhas tambem, que foram abandonadas ainda adolescentes. Eu e meu marido, as acolhemos com muito amor e, continuamos a dar-lhes suporte, depois de 3 décadas. Beijos

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